Segurança online começa no berço

Crianças têm contato cada vez mais cedo com a tecnologia e Internet, mas será que elas estão amparadas no que se trata de proteção?

 

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Dia das Crianças está chegando – mais precisamente, amanhã -, e muito provavelmente muitos adultos irão dar algum dispositivo ou brinquedo eletrônico. Entretanto, esse contato precoce com a tecnologia pode cobrar um preço alto.

No começo deste ano, duas situações provaram como as crianças e suas famílias ficam facilmente expostas. Em fevereiro, o governo alemão proibiu a venda da boneca "Cayla" no país, depois que algumas unidades tiveram falhas de segurança no bluetooth e no microfone, permitindo que invasores se comunicassem com os pequenos.

Pouco tempo depois, as conversas remotas de 800 mil pais com seus filhos, gravadas nos ursos de pelúcia da CloudPet, foram vazadas. E foi descoberto ainda que o produto também estava vulnerável às invasões. Ou seja, mais do que acompanhar a criança nesse contato com o meio digital, é preciso estar ciente dos riscos que estão ao redor de todos - ainda mais daqueles mais indefesos.

 

Filtro de idade

É inevitável: as crianças têm acesso aos dispositivos móveis cada vez mais cedo. Para isso, o caminho ideal é fazer uso da restrição por idade, o que irá impossibilitar o download de aplicativos, o acesso a sites e vídeos e outros conteúdos que não condizem com a faixa etária definida. Hoje já existem ferramentas que podem ser instaladas no computador ou em celulares que realizam esse controle. Entretanto é possível fazer essa mudança manualmente:

Controle Parental

Tanto o Google quanto a Apple têm a opção de os pais definirem restrições, tanto nos aplicativos que serão baixados, na liberação de compras nas lojas, até nos conteúdos que serão acessados. Além de ainda possibilitar que tudo o que a criança acesse seja compartilhado entre os responsáveis.

Sites

No Google Chrome, em "Configurações de Pesquisa" é possível proibir a exibição de conteúdo impróprios ou explícitos nas pesquisas. Além disso, o responsável ainda pode se tornar o administrador, bastando inserir o usuário da criança à sua conta e configurando tudo que o que pode ou não ser acessado por ela. No Firefox, é possível baixar extensões de filtragem, que realizam tal controle. O Internet Explorer também possui uma página dedicada ao assunto - em "Configurações", vá em “Ativar Filtragem de Sites” e, no "Aviso de Conteúdo Adulto".

 

Redes sociais

Grande parte das redes sociais afirmam que a idade mínima para o acesso é de 13 anos. Por outro lado, essas páginas não possuem controle na hora do cadastro, bastando que a criança diga que é maior de idade para conseguir criar um perfil. O cuidado adequado, então, é criar junto com a criança a sua página, definindo o que será divulgado: não deixar o perfil público, tirar a geolocalização, entre outros.

 

Bê-a-bá da navegação

Durante todo esse processo, o essencial é educar a criança e deixar claro a ela sobre os riscos que existem, se não houver cuidado. É preciso ensiná-la sobre o perigo de conversar com desconhecidos e o porquê de jamais informar dados pessoais. Além de também deixar claro as razões das restrições, assim ela saberá que as medidas não são punitivas, mas uma forma de garantir que esteja segura.

 

Porto seguro

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Criar um ambiente de confiança é o principal passo. Estabeleça uma relação que a criança saberá com quem contar ao se deparar com uma situação suspeita. Da mesma forma, os adultos precisam estar atentos aos comportamentos das crianças e adolescentes, perceber se estão preocupados ou com medo por razões desconhecidas, arredios ou reclusos. Jogos como o Baleia Azul são recorrentes na Internet e sempre haverá pessoas procurando se aproveitar de pessoas vulneráveis para fazer com que esses desafios façam sucesso e os jovens são um grande alvo dessas ações. Como foi possível ver nos diversos casos que se espalharam no mundo, inclusive no Brasil.

Ao mostrar desde cedo a importância dos comportamentos seguros, ter um ambiente digital mais protegido poderá um dia deixar de ser um sonho, para se tornar uma realidade.